Queridos leitores, interessados e curiosos sobre a Terapia Comportamental Dialética (DBT), nosso objetivo é apresentar a DBT à vocês de uma forma simples, direta e agradável. Por este motivo, organizamos uma síntese daquilo que já produzido na coluna sobre Terapia Comportamental Dialética até o momento, com os links de todos os artigos publicados, e ao final, dicas sobre os assuntos que ainda estão por vir. Convidamos a todos os que estão conhecendo a coluna apenas agora a se aproximarem um pouco mais da DBT. Queremos, com este índice, favorecer a leitura e a compreensão da abordagem.
Todos nós, os colunistas da DBT, começamos a nossa atuação clínica em outras vertentes teóricas da Psicologia, e desde que conhecemos a Terapia Comportamental Dialética, ficamos encantados por ela. Isso não aconteceu apenas porque a DBT é baseada em evidências científicas – o que atende o nosso compromisso ético com a profissão e com os nossos pacientes -, mas também, porque para além da atuação profissional, seus princípios e ensinamentos nos tornam pessoas melhores. Por isso, queremos compartilhar a proposta com vocês, e em um esforço conjunto, a levarmos as pessoas que mais precisam: os pacientes com grave desregulação emocional, aqueles cujo sentido e a continuidade da vida estão seriamente comprometidos. No Brasil, precisamos de mais profissionais habilitados para trabalhar com esses pacientes de forma efetiva. A DBT pode parecer (e ser) complexa no início. Ela demanda estudo e apoio, mas estamos aqui para contribuir com o aprendizado de todos os interessados.
A coluna teve início em março de 2015, com textos bimensais, e em agosto de 2016, passou a apresentar semanalmente artigos sobre os diversos aspectos da Terapia Comportamental Dialética. Os primeiros manuscritos abordaram elementos das bases teóricas da abordagem para que os leitores se familiarizassem com elas. Atualmente estamos dando início às publicações sobre as estratégias de intervenção. Na coluna, buscamos discutir os conceitos da DBT através de exemplos de filmes e de pessoas conhecidas no meio artístico. Usamos elementos da DBT para refletir sobre cultura e também apresentamos e documentamos a caminhada da DBT em seu início no Brasil, com textos e notícias sobre os eventos nacionais
No texto “Terapia Comportamental Dialética (DBT): Uma breve apresentação…”, Vinícius Dornelles estreou a coluna sobre Terapia Comportamental Dialética. Isso não ocorreu por acaso, ainda mais tendo em vista a sua dedicação ao estudo, prática e disseminação da DBT quando ainda poucos a conheciam ou compreendiam. Nesse artigo você lê sobre o modelo de tratamento na DBT, além de ter uma síntese da origem e história da construção das evidências científicas desse modelo, iniciado na década de 1980.
A DBT é dialética porque vê a necessidade de equilibrar alguns opostos, reconhecendo e fazendo uma síntese, por exemplo, entre mudança e aceitação na psicoterapia. Para compreender mais as bases conceituais e epistemológicas dessa que é a principal questão ou dilema dialético da DBT, leia o texto de Vinícius Dornelles sobre Validação. Você encontrará uma síntese de como a filosofia zen apoia os procedimentos de aceitação, e como a base cognitiva, mas principalmente a comportamental, dá suporte à desejada mudança. Na sequência, Vinícius explica com exemplos o que é a validação e a sua importância nevrálgica na DBT. Veja em “Validação… Mais do que a construção de uma prática psicoterápica mais humana… A construção de uma sociedade mais humana”.
Assim como a validação é fundamental na DBT, a aceitação também é, paradoxalmente, fundamental para evoluir em direção à mudança. Compreenda o que é e como a aceitação radical sustenta intervenções na DBT, no texto “Aceitação Radical… O que é? Por quê? E quando praticar?”, de Vinícius Dornelles.
Na sequência, temos mais um artigo do Vinícius Dornelles em que ele aborda o objetivo central do tratamento com Terapia Comportamental Dialética: uma vida que valha a pena ser vivida. No texto há a análise de como esse objetivo é obstruído pela desregulação emocional, além, é claro, de como a DBT busca superar a desregulação emocional para alcançar o seu objetivo com o cliente, a construção de uma vida valiosa. Confira no texto “Construindo uma vida que valha a pena ser vivida…”.
A regulação emocional depende, antes de mais nada, da compreensão das emoções. Lidiane Borba explica a relação entre emoções primárias e secundárias nesse texto introdutório sobre regulação emocional: “Regulação Emocional: Compreendendo as emoções e a importância de equilibrar suas manifestações“. Em outro texto, aborda o funcionamento de uma emoção específica, a vergonha: “Vamos deixar a vergonha de lado e falar sobre esta emoção?”. Por fim, a compreensão do papel da família no tratamento com DBT é apresentado em um manuscrito específico: “E quando amamos uma pessoa com desregulação emocional?”
O aprofundamento do entendimento sobre a desregulação emocional na DBT ocorre em três publicações sequenciais de Vinícius Dornelles. Nos artigos, o Modelo Biossocial é apresentado. No primeiro texto, “O que é desregulação emocional?”, é feita uma definição do conceito de desregulação emocional em quatro princípios bem específicos, diferenciando o que é uma desregulação na vida comum da desregulação emocional global. No segundo, “O que é Desregulação Emocional 2? O Modelo Biossocial – Vulnerabilidade Emocional” as funções do processamento emocional são explicadas com o objetivo de mostrar como ocorre a transação entre a vulnerabilidade emocional e o ambiente onde a criança se desenvolve. No terceiro artigo da sequência, “O que é Desregulação Emocional 3? O Modelo Biossocial – Ambientes Invalidantes”, o conceito de ambiente invalidante é explicado.
A esta altura a coluna de DBT passou a ser semanal. Tamires Pimental estreou como colunista em alto estilo, retomando e explicando a Teoria Biossocial com leveza e profundidade a partir da discussão do filme “O lado bom da vida”.
Mas por que mesmo a DBT é dialética? Por que os comportamentos aparentemente caóticos ocorrem? Além do tensionamento entre Mudança e Aceitação, outros três polos dialéticos caracterizam o tratamento na Terapia Comportamental Dialética. Em três textos, cada dilema dialético é analisado. O primeiro, escrito por Júlia Schaefer, “Vulnerabilidade Emocional x Auto-invalidação”, é ilustrado brilhantemente com elementos da história da modelo e atriz Edie Sedgwick. O segundo, de Débora Finkler, “Competência Aparente x Passividade Ativa”, explica os comportamentos que implicam na capacidade de lidar e resolver os problemas, ilustrando a relação da pessoa com o ambiente invalidante, por meio da história da cantora e compositora Amy Winehouse. Para finalizar, Diego Alano aborda “Luto Inibido X Crises Implacáveis”, refletindo sobre como essa é uma questão delicada para o terapeuta e como é necessário compreender e focar os dilemas dialéticos para alcançar bons resultados no tratamento.
E enfim, chega o momento em que começamos a entrar em questões mais práticas, relacionadas à intervenção propriamente dita. O famoso “Treinamento de Habilidades na DBT” é introduzido de uma forma simples e direta por Patrícia Guedes. Como ocorre? Em grupo ou individual? Você conhecerá essa intervenção e logo saberá mais com os textos específicos sobre cada uma das quarto habilidades, que serão apresentadas ao longo do mês de outubro. A habilidade de mindfulness é apresentada por Igor Finger; regulação emocional, por Esther Spach; tolerância ao mal estar, com Diego Alano; e efetividade interpessoal, com Cristina Sayago, encerrando essa sessão.
Já em novembro teremos uma sessão de textos sobre a DBT e a análise do Comportamento, com Esequias Caetano, Dan Josua e Jan Leonardi. Não dá para perder!
Para quem quiser saber como foram eventos nacionais que envolveram a DBT, estão disponíveis:
A DBT no XXV Encontro Brasileiro de Análise do Comportamento
Caro leitor, é uma grande satisfação dividir esses artigos com você. Esperamos com essa síntese deixar mais visível o conteúdo da coluna e tornar o seu estudo da DBT mais prático.
Em nome de todos os colunistas, nosso muito obrigado pela sua participação e interesse. Vamos juntos rumo a construção de vidas valorosas, para nós, para os nossos pacientes, na sociedade.
Débora Finkler
Vinícius Dornelles
Esequias Caetano
Coordenadores da coluna de DBT