A importância de Escolas com serviços baseados em Análise do Comportamento Aplicada (ABA)

Crianças com transtorno do Espectro Autista (TEA), enfrentam uma série de desafios desde muito cedo. A Análise do Comportamento Aplicada (ABA), foi definida por Cooper,et al. (2007) como “a ciência em que os procedimentos derivados dos princípios de comportamento são aplicados sistematicamente para melhorar o comportamento é usada para identificar as variáveis responsáveis pela mudanças comportamentais”. Baer, Wolf, e Risley (1968) descrevem que a análise de comportamento aplicada, produziu intervenções poderosas em áreas como educação, psicologia clínica, medicina e uma série de outros campos e populações. Fornecendo assim, um impacto social e produzindo uma resolução de problemas socialmente importantes em ambientes socialmente importantes. De modo que, dado os desafios do fornecimento de serviços adequados a uma população discente diversificada e cada vez mais numerosa, como é o caso dos alunos com TEA, a necessidade de práticas baseadas em evidências em nossas escolas nunca foi tão urgente. Devemos proporcionar aos nossos educadores ferramentas e recursos que eles necessitam para dar às crianças e adolescentes uma maior chance de sucesso.

Através do conhecimento mais aprofundado da análise do comportamento, começamos a compreender que a sua prática é baseada em evidências cientificas, trazendo assim, um processo de tomada de decisão que integra a melhor evidência disponível com conhecimentos clínicos para o melhor contexto do educando. Dessa forma, ela toma um nível que não se limita a um conjunto restrito de situações ou decisões restritas, todas elas são relacionadas aos serviços para os clientes (por exemplo, seleção de intervenção, monitoramento de progresso, etc.), baseadas em um conjunto de valores que determinam os objetivos a serem seguidos e os meios apropriados para alcançá-los.

Com a sua fundamentação na pesquisa científica, o The Behavior Analyst Certification Board (Conselho de Certificação de Analistas de Comportamento) (2010) dos Estados Unidos, apresenta Diretrizes de Conduta para Analistas de Comportamento, e estas podem ser direcionadas para o ambiente escolar:
• 1.01 – Confiança no conhecimento científico
Os analistas de comportamento confiam no conhecimento derivado cientificamente e profissionalmente ao fazer julgamentos científicos ou profissionais na prestação de serviços humanos ou quando se envolvem em empreendimentos acadêmicos ou profissionais.
• 2.10 – Eficácia do tratamento.
a. O analista de comportamento sempre tem a responsabilidade de recomendar os procedimentos de tratamento mais efetivos que sejam cientificamente suportados. Procedimentos eficazes de tratamento foram validados como tendo benefícios a longo prazo e de curto prazo para os clientes e a sociedade.
b. Os clientes têm direito a um tratamento efetivo (ou seja, com base na literatura de pesquisa e adaptado ao cliente individual).
De modo que, quando falamos em Análise do comportamento aplicada ao contexto escolar, queremos expor a necessidade de utilizar os fundamentos conceituais da ABA para melhorar a eficácia e a eficiência das intervenções baseadas nos princípios da ABA, onde teremos:
• Avaliação precisa de níveis de habilidade das áreas que serão pré-requisitos e requisitos para a aquisição de conceitos acadêmicos;
• O currículo individualizado para o desenvolvimento sistemático em todas as áreas de desenvolvimento do aluno, dentro do ambiente escolar. Através desse currículo, a informação real do que ensinar para o estudante com atraso no desenvolvimento, será mais coesa, onde com os objetivos específicos delimitados nesse documento, a escola terá condições de observar o que a criança realmente está aprendendo ou não.
Quando ABA é empregada para ensinar alunos com TEA, então não há necessidade de um livro de receitas para cada problema onde tudo se encaixa. Em vez disso, planos individuais de educação (PEI) são desenvolvidos especificamente para aquela criança e contêm objetivos alvo mensuráveis estabelecidos em uma progressão sistemática do desenvolvimento. ABA incorpora muitas estratégias, métodos, técnicas e princípios para melhorar habilidades e qualidade de vida das pessoas.

Assim, a aplicação da ABA para Escolarização procura desenvolver e expandir a ciência de ensino orientada para o aprendizado para todas as crianças. Tendo como objetivos acelerar a aprendizagem, a capacidade de aprender novas habilidades e adquirir a capacidade de aprender de forma independente.

Todo o aspecto da ABA pode ser individualizado. Onde, uma supervisão cuidadosa e consistente, e uma avaliação (obter e analisar os dados) vai orientar no desenvolvimento de um currículo e prestação de serviços com mais qualidade para cada aluno com TEA. Partindo dessa estrutura, tendo uma implementação com uma intervenção eficaz que garanta um desenvolvimento com o foco nas reais necessidades da criança com o atraso no desenvolvimento, a escola apresentará um serviço de melhor qualidade para os seus educandos, que receberiam uma estrutura adequada de ensino. E por sua vez, os professores seriam orientados pelo analista do comportamento que apresentaria um currículo consistente, que se adequasse as reais necessidades.

Referências

Baer DM, Wolf MM, Risley TR. Some current dimensions of applied behavior analysis1. Journal of Applied Behavior Analysis. 1968;  disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1310980/ . Acessado em 20 de fevereiro de 2018

Cooper, J. O., Heron, T. E., Heward, W. L. (2007). Applied behavior analysis (2nd ed.). Upper Saddle River, NJ: Pearson

The Behavior Analyst Certification Board (2010). Guidelines for Conduct Responsible for Behavior Analysts. Disponível em:. http://www.bacb.com/index.php?page=57 . Acessado em 03 de fevereiro de 2018

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Escrito por Monalisa Costa

Graduada em Pedagogia na Universidade Estadual Vale do Acaraú em 2011 e Pós graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional na Universidade Católica de Pernambuco em 2016 e Concluindo Especializaçao em Análise do Comportamento Aplicada ao Transtorno do Espectro Autista na Faculdade Pernambucana de Saúde. Experiência em Transtornos do Desenvolvimento, com o público infantil, jovem e adulto com desenvolvimento atípico. Atua planejando e implementando protocolos de intervenção comportamental, desenvolvendo atividades de capacitação profissional, orientação parental e de cuidadores, e inclusão social e escolar.

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