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A polêmica da “cura gay”: o que a ACT tem a dizer?

Por Aline Simões Aline Simões 01/10/17, 02:14 PM

“Os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados“. Esse é o ponto que nos traz à presente coluna desta vez. O debate sobre a possibilidade de o psicólogo se engajar nas chamadas terapias de reversão sexual tem sido intenso e carrega consigo muitas questões consideravelmente complexas.

Assim como o Conselho Federal de Psicologia e inúmeras instituições relativas a diversas abordagens teóricas, o Comporte-se se posiciona contra a utilização da nossa profissão para esse tipo de fim, e os argumentos envolvidos, embora extensos e importantes, não serão o foco do texto atual. Em se tratando da coluna contACTo, será discutido aqui um pouco sobre como a Terapia de Aceitação e Compromisso se encaixa nessa questão. Isto é, considerando que terapias de reversão sexual não são uma opção, como poderia de fato ser pensada uma intervenção voltada para o público LGBT dentro do contexto da ACT?

Começo reconhecendo que não existe ainda muita produção sobre o assunto, sendo um campo a ser explorado. Porém, faço a recomendação de um artigo: “The cat and the cloud: ACT for LGBT locus of control, responsability and acceptance”. Recorrendo a conceitos de outras abordagens para complementar sua análise, o autor Alexander L. Stitt se propõe a caracterizar contextos nos quais clientes LGBT podem chegar até a clínica e falar sobre possíveis intervenções.

O autor, porém, começa com uma metáfora: imagine que você está sentado em um local aberto, distante da civilização, e que tem um gato no seu colo. Esse gato representa seus sentimentos, suas emoções. Quando está feliz, esse gato ronrona e deita no seu colo. Quando está irritado, ele enfia as garras na sua perna. Esse gato não é bom ou mau, ele simplesmente reage ao ambiente em que vive. Só que eventualmente as nuvens começam a ficar escuras e cai uma tempestade. E o gato? Enfia as garras na sua perna. Tentar controlar suas emoções é como tentar controlar a reação desse gato: ele está ensopado e irritado e quanto mais você tentar tirá-lo de cima, mais ele vai enfiar as garras na sua pele. Dessa forma, a possibilidade de você conseguir controlar seus sentimentos é a mesma de conseguir fugir da chuva correndo (você está longe da civilização, lembra?).

A ACT constantemente se refere à possibilidade de estar aberto e acolher qualquer tipo de sentimento ou pensamento que ocorra. Isso não significa, no contexto em que estamos falando, aceitar a discriminação ou a homofobia (que podem assustar como uma trovoada), e sim poder estar aberto a sentir o medo, a tristeza e/ou a raiva decorrentes da experiência com a discriminação ou homofobia. Dessa forma, é possível abrir mão da luta contra as emoções (mesmo permanecendo a luta contra a situação em si) e entrar em contato com mais do que as garras do gato ou as gotas de chuva caindo no olho.

A chuva, nessa metáfora, representa as tantas “pequenas” agressões que vão se acumulando com o tempo, relativas ao privilégio heterossexual, branco, masculino ou qualquer outro. Se fosse somente uma gota, talvez a sensação não fosse tão ruim assim. Se fosse somente um chuvisco, talvez fosse possível relevar… mas uma tempestade? Para lidar com uma tempestade, é importante ter ao menos um guarda-chuva, que, apesar de não desfazer as nuvens negras, pode ao menos nos permitir enxugar os olhos.

Onde chegamos com essa metáfora?

Na ACT, o objetivo não é conseguir finalmente ignorar ou se livrar completamente dos sentimentos, o que seria o equivalente a correr da chuva. Porém, quando pensamos no guarda-chuva, temos a possibilidade de, ainda que não fiquemos completamente secos nem resolvamos o problema do gato ensopado, perceber que está chovendo. Está chovendo e estamos molhados, mas talvez existam outras opções para além de correr ou sentar e esperar a chuva passar. E, quem sabe, essas opções possam nos levar na direção de uma vida valorosa e significativa, ainda que não isenta de dor – ou chuva.

Pensando nisso, possíveis intervenções seriam relativas à aceitação e desfusão de sentimentos e pensamentos desagradáveis, ao desenvolvimento da habilidade de estar presente momento a momento e à reflexão de que qualidades poderiam guiar ações comprometidas com valores para aquele indivíduo específico.

Se esse breve panorama pareceu um pouco genérico, é porque ele de fato é. Não quero, com isso, dizer que o terapeuta não precisa entender as particularidades do contexto em que o cliente LGBT está inserido ou que não seria relevante desenvolver um conhecimento específico para isso. Estou dizendo que, com todas as suas particularidades, a intervenção com um cliente LGBT na Terapia de Aceitação e Compromisso deve seguir os mesmos parâmetros teóricos e éticos que qualquer outra intervenção ACT.

Nesse sentido, falar de um curso de ação acentuadamente diferenciado para tratar de questões LGBT seria novamente cair na ideia errônea de que a orientação sexual do cliente é um problema à parte a ser resolvido, o que, por si só, já seria o completo oposto do objetivo que a ACT se propõe a alcançar. Resolver problemas e impor valores são questões que não cabem à nossa atuação, o que me leva a um último ponto: o terapeuta.

Acredito que, em meio a toda essa discussão, um ponto que não pode sair de foco é a importância de a atenção do psicoterapeuta estar voltada não só para o cliente, mas também para ele mesmo, realizando constante autoavaliação e se engajando em processos de terapia pessoal e supervisão, de modo que suas crenças e valores não assumam papel ativo no processo terapêutico. Assim como nossos clientes, nós, terapeutas, também passamos por processos de esquiva experiencial, fusão cognitiva e por aí em diante. É importante estar consciente de que forma esses processos se desenrolam na nossa experiência diante do sofrimento dos nossos clientes para que não caiamos na armadilha do “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.

Nesse sentido, gostaria de finalizar este texto propondo uma reflexão formulada por Kelly Wilson e Troy DuFrene, em seu livro Mindfulness for Two, para que possamos lembrar o que queremos enquanto terapeutas e reiterar nosso compromisso em fazer o melhor para nossos clientes, mesmo se isso significar termos que lidar com conteúdos particularmente desafiadores ou dolorosos.

“Todos que estão lendo, levantem suas mãos se vocês estiverem interessados em descobrir toneladas de fusão e esquiva experiencial debaixo da sua própria pele. Vamos lá, levante a mão. Você sabe que você quer ser rico em fusão e esquiva. Não? Nem tanto? Por que? Bom, porque se nós encontrássemos toneladas de fusão e evitação, isso seria ruim. Seria um problema. E aí teríamos que encontrar uma solução. Então viramos para o outro lado.

E aqui estamos, você e eu e terapeutas em todos os lugares, todos nós juntos, tendo virado para o outro lado centenas de vezes. Por que estamos aqui? Tire um momento para pensar em um cliente que você queria muito ajudar, mas que você perdeu – um cliente que simplesmente não andava, talvez um que desistiu da terapia e em quem você pensa de vez em quando. Tire um momento para deixar seus olhos fecharem e se permitir ver o rosto daquele cliente. Se permita ver onde ele/ela pode estar, nesse exato momento. Eu imploro, se permita fechar os olhos e ver o rosto daquele cliente. Veja se naquele rosto você pode ver as perdas que aquela pessoa sofreu e pistas que indiquem as perdas que ainda vão acontecer. Será que você poderia, comigo, tirar um momento para simplesmente inspirar e expirar essa tristeza como ar? Será que poderíamos, em homenagem àqueles que se perderam no meio do caminho, abrir mão de qualquer resistência que possa aparecer ao olhar para eles e o preço que eles pagaram?

Eu prometo que estou fazendo isso agora, enquanto escrevo. Consigo ver os rostos. Os que eu perdi. Os que se sentaram na minha frente carregando uma pequena esperança de que eu poderia ajudá-los. E eu posso ver seus rostos nos momentos em que vi que eles saíam do meu alcance. Eu posso vê-los indo embora. Você pode? Você está disposto? Está disposto a deixar que essas perdas sejam seu guia enquanto você se abre para experiências difíceis, para dados não muito amigáveis, mas que podem ser seus amigos?

Podemos reafirmar nosso compromisso com essas pessoas agora, como estivéssemos dizendo: “eu não deixarei que sua perda seja esquecida”? Eu te manterei perto enquanto faço o meu trabalho, para me lembrar de por que eu faria algo tão difícil quanto olhar para dentro, para me lembrar por que eu faria algo tão difícil quanto permanecer gentilmente diante da ambiguidade e da incerteza.”

 

Que possamos a partir de discussões, reflexões e estudo, sermos dignos da nossa profissão e que não deixemos que tempestades de preconceito e homofobia sejam obstáculos no caminho para sermos os terapeutas que gostaríamos de ser.

 

 

Referências:

Stitt, A. L. (2014). The cat and the cloud: ACT for LGBT locus of control, responsibility, and acceptance. Journal of LGBT Issues in Counseling, 8(3), 282-297.

Wilson, K. G., & DuFrene, T. (2009). Mindfulness for two: An Acceptance and Commitment Therapy approach to mindfulness in psychotherapy. Oakland, CA: New Harbinger.

 

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Aline Simões

Escrito por Aline Simões

Aline Simões é psicóloga clínica e trabalha com crianças, adolescentes e adultos. É mestre em Psicologia Social, pela Universidade Federal da Bahia e especialista em Terapias Contextuais pelo Instituto de Psicologia Contextual de Madrid.

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