Esta noite uma amiga me passou o link do site da agência FAPESP, no qual divulgavam um estudo em que supostamente descobriam um método não invasivo de “bloquear manifestações de memórias de medo” (sic). O método consiste em evocar a “memória de medo” junto a um estímulo seguro – isto é -, que eliciaria/ evocaria sensações ou lembranças contrárias ao medo.
“Após treinar voluntários a sentir medo de certos estímulos visuais, os pesquisadores apresentaram uma nova informação “segura” ao mesmo tempo em que reativavam as memórias de medo. Ao fazer isso, eles conseguiram “reescrever” os pensamentos negativos associados com os estímulos.” (trecho do texto)
Como se Pavlov, Watson e Skinner, entre outros, não tivessem falado de Contracondicionamento muitos antes antes disso.
Contracondicionamento é o nome dado ao processo através do qual se condiciona um comportamento contrário àquele de medo – neste caso -, o que pode ser feito com a apresentação de um estímulo que elicie sensações/ emoções diferentes dele.
Se nossos cientistas buscassem conhecer o que já foi produzido não perderiam tanto tempo tentando reinventar a roda. Esta é uma das consequências da falta de diálogo entre as diversas áreas da ciência.
Ao invés de tratarem o conhecimento como algo cumulativo – onde, descobertas anteriores dão condições para novas descobertas, cada área busca desenvolver-se por sí própria, e é quem precisa de seus serviços que paga o pato – ou melhor, paga pelo atraso que a reinvenção da roda provoca na criação de condições para melhor qualidade de vida.