Sua equipe não rende o esperado? Pode ser medo
Funcionários que procrastinam e fazem um trabalho apenas “bom o suficiente” podem, na verdade, ter medos inconscientes que os aprisionam em um “estado de criatura”, no qual qualquer atitude é tomada na tentativa de se manter a salvo.
“Muitas práticas de gestão científica da Era Industrial, bem como nosso próprio modelo inconsciente de segurança, podem inadvertidamente empurrar nosso pessoal a agir por medo, esmagar nossa cultura e sufocar a inovação e o crescimento”, defende a especialista em neurociência aplicada e colunista da Forbes, Christine Comaford, em seu novo livro “Smart Tribes: how teams become brilliant together ” (tribos inteligentes: como times se tornam brilhantes juntos). A obra ainda não tem tradução para o português.
O desafio da liderança seria, portanto, conseguir levar o time até o “estado inteligente”, no qual as pessoas conseguirão usar toda a sua criatividade, inovação, consciência e engajamento emocional. “Nesse estado somos capazes de acessar todos os nossos recursos internos e responder por escolha, em vez de reagir impulsivamente por medo. Nós somos capazes de enxergar um futuro existente e nos sentir completamente tragados por ele, enquanto avidamente antecipamos as recompensas emocionantes que ele nos guarda”, escreveu Christine.
Segundo ela, é quando grande parte dos integrantes de uma organização consegue alcançar o segundo estado que se constitui a tribo inteligente: uma equipe focada, colaborativa, que se empenha com paixão para resolver os problemas e fazer o que deve ser feito.
Em Smart Tribes, Chistine Comaford compartilha técnicas da neurociência que ajudam a mover um time, seguindo as cinco bases do “estado inteligente”: foco, clareza, responsabilidade, influência e sustentabilidade.
Veja como funciona cada um deles:
Foco
Para Christine, o foco é a base de tudo. O controle tem que ser feito agora, não amanhã e nem ontem.
Clareza
“Clareza significa deixar suas palavras, visões e intenções explícitas”.
Responsablidade
Segundo Christine, a responsabilidade precisa ser construída no grupo como uma costura, em que um ponto é seguido de outro, e assim por diante. Segundo ela, para ser efetivamente responsável, uma equipe precisa ser como “um time de remo bem orquestrado”.
Ifluência
Todo líder quer ser influente. Para conseguir o feito, Christine defende que é preciso aumentar o senso de segurança, pertencimento e importância na equipe comandada. Algo que pode ajudar, segundo ela, é um simples olhar no fundo dos olhos da pessoas que se deseja influenciar para “respirar através dos pulmões dela, experimentar o que ela está experienciando”.
Sustentabilidade
Segundo Christine, sustentabiliadade é uma relação em que todos ganham. Em uma organização, a ideia é proporcionar aos funcionários uma boa mistura de atividades que excitam e energizam, para compensar as coisas que inevitavelmente colocam as pessoas para baixo. “Se compensamos nosso pessoal com esforços não-sustentáveis, as chances são de que eles [os funcionários] irão ter uma boa performance até conseguir a recompensa prometida e então eles vão embora”.
Sobre Christine Comaford
Cristina Comaford, além de autora de bestselles, trabalha há 30 anos como coach, ajudando empresas a crescerem e realizarem mudanças, com base na neurociência. Como empreendedora, ela criou cinco negócios que têm uma média de retorno de 700% do investimento. Já foi diretora do conselho de administração de 36 startups e investiu em mais de 200 delas, incluindo o Google. O ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clintou chegou a agradecê-la por “promover o espírito empreendedor norte-americano”.
Fonte: Revista Exame