A falência da empresa Polaroid e estratégias de prevenção de suicídio foram algumas das inspirações da artista plástica americana Nicole Kenney para o projeto fotográfico Before I die I want to (Antes de morrer eu quero): tirou fotos instantâneas de milhares de desconhecidos, que escreveram à mão sob sua imagem o que achavam mais importante fazer até o fim da vida.
Nicole explica que as máquinas polaroides ‘morreram’ depois das câmeras digitais na última década. Já os contratos de vida são uma abordagem usada por psicólogos nos Estados Unidos: pedem que pessoas com risco de cometer suicídio prometam que irão chamar ajuda profissional sempre que pensarem em se machucar, firmando um compromisso com a própria vida. “Minha intenção ao registrar rostos e sonhos por meio de uma tecnologia morta é provocar as pessoas a pensar sobre como a vida passa rápido e sobre o que querem de verdade. A fotografia tirada no momento em que elas revelam seu desejo funciona como uma espécie de acordo para realizá-lo”, explica Nicole, que anota o e-mail de cada fotografado e se compromete a entrar em contato dentro de cinco, dez ou 20 anos para saber o que fizeram de seu sonho.
Com a ajuda da também artista plástica KS Rivers, já captou imagens de mais de mil pessoas – entre as quais se destaca uma série feita com internos e funcionários de um centro psiquiátrico. Entre os desejos: “Parar de ter pesadelos”, escreve um homem de meia-idade sorridente; “Nada. Fiz tudo que quis”, revela um paciente terminal. Atualmente, Nicole recebe por correio fotos de pessoas de qualquer lugar do mundo que queiram participar, com seu sonho escrito em idioma nativo e, de preferência, também em inglês. No site do projeto,beforeidieiwantto.org, há instruções sobre como enviar as imagens.
Fonte: Mente Cérebro