Mas sempre pode aparecer algo que atrapalhe nossos planos. No caso de N., a chuva comprometeria seus propósitos. Por isso, o melhor é ter um plano B – como se exercitar na esteira do prédio, talvez. O planejamento paralelo funciona como um escudo de intenções: reconhecemos precocemente situações “perigosas” e impedimentos e nos motivamos novamente, já que os imprevistos são os grandes inimigos das boas intenções.
A luta contra o bicho-preguiça interior
Podemos pensar, hipoteticamente, no caso de uma pessoa que deseja incluir exercícios físicos em sua rotina, mas teme os conhecidos deslizes. Por exemplo: quando nosso personagem, que podemos chamar de N. for para a cama na noite anterior a um dia de trabalho, se levantará às 6h30. Após tomar um café da manhã leve e nutritivo e colocar a roupa de treino, vai pegar sua bicicleta e sair para pedalar. A situação (“quando… então”) serve como desencadeadora e fornece o impulso para o comportamento decidido.
Ainda que uma motivação pareça forte, ela nem sempre é suficiente para colocar nossas boas intenções em prática. Há uma considerável lacuna entre a intenção e o comportamento. E nosso bicho-preguiça interior representa um grande desafio tanto para quem lida diariamente com ele, quanto para estudiosos e profissionais da área da saúde. Para superar esse resistente “monstrinho sabotador”, o psicólogo social Peter Gollwitzer, da Universidade de Constança, recomenda o planejamento concreto de atividades que determinem precisamente quando, onde e como o comportamento que temos planos de adotar deve ocorrer.
Fonte: Mente e Cérebro