O Comporte-se: Psicologia e Análise do Comportamento realizou uma entrevista exclusiva com o Psicólogo Jan Luiz Leonardi, que ministrará o curso online e presencial “Prática Baseada em Evidências: História, Modelos Conceituais e Ferramentas para a prática Analítico Comportamental”, promovido por nossos parceiros da Atitude Cursos em 05 de dezembro deste ano. Na entrevista, Jan falou um pouco sobre como surgiu seu interesse pela Prática Baseada em Evidências, sua importância e sua relação com a Análise do Comportamento, além de adiantar um pouquinho do que será abordado no curso.
1 – Quando começou a se interessar pela Psicologia? Por que o foco em análise do comportamento?
Comecei a me interessar por Psicologia no início da adolescência. Eu sempre me perguntava por que as pessoas se comportavam, pensavam e sentiam de determinadas formas e não de outras. Naquela época, entretanto, eu não sabia que existia uma área do conhecimento que estudava isso e, quando descobri que existia uma faculdade só sobre o assunto, me interessei bastante. Então, eu não cheguei à Psicologia porque queria ajudar aos outros ou porque queria me conhecer melhor, mas porque eu tinha uma enorme curiosidade em entender o funcionamento do ser humano, entender o que seria a tal da natureza humana. O foco em análise do comportamento veio logo no primeiro semestre, sobretudo por oferecer uma abordagem verdadeiramente científica para o estudo dos fenômenos psicológicos. Quando vi que qualquer explicação na análise do comportamento remetia a dados empíricos, me apaixonei rapidamente. Ela não é perfeita, é claro, mas é um excelente caminho. Em poucas palavras, meu foco na análise do comportamento pode ser entendido pela seguinte pergunta de Donald Baer: “Se existisse uma ciência do comportamento, do que fazemos, de quem somos? Como você poderia resistir a isso?”
2 – Em que momento da sua formação surgiu um interesse especial pela Prática Baseada em Evidências?
Meu interesse pela Prática Baseada em Evidências surgiu da minha experiência como psicólogo clínico. Quais procedimentos, estratégias, estilos de comunicação, etc. me fariam alcançar o melhor resultado possível no menor tempo possível? A minha sensação (e hoje sei que muitos colegas compartilham dela) era que a prática clínica era muito improvisada. É verdade que a intervenção precisa ser individualizada, mas isso não quer dizer que ela deve ignorar todo o conhecimento que já foi produzido. Desse jeito, a terapia acaba sendo uma espécie de arte… Mas, arte não é ciência. Já existem centenas de pesquisas clínicas demonstrando a eficácia de certos procedimentos, a ineficácia de outros e o prejuízo de outros (sim, terapia pode fazer mal). Nós, enquanto analistas do comportamento (logo, comprometidos com ciência), precisamos consumir as evidências e implementá-las com nossos clientes para sermos mais efetivos.
3 – Um tema que faz parte de sua programação é a inserção da análise do comportamento no cenário da Prática Baseada em Evidências. Poderia falar um pouco da relação da abordagem com a Prática Baseada em Evidências?
A concepção de uma prática clínica pautada em evidências está em perfeita harmonia com a ideologia da análise do comportamento aplicada, que, desde a sua origem, apresenta um forte comprometimento com a sustentação empírica de seus procedimentos terapêuticos. Entretanto, no que diz respeito à terapia de consultório voltada para queixas clínicas como transtornos psiquiátricos, estresse, obesidade, tabagismo, dificuldades do dia-a-dia, problemas conjugais, melhora da qualidade de vida, autoconhecimento, etc., a área dispõe de poucas evidências empíricas de eficácia, o que contradiz a crença difundida por aí de que a terapia analítico-comportamental é empiricamente sustentada. Vou aprofundar essa problemática no curso que vou ministrar na Atitude Cursos no próximo dia 5 de dezembro.
4 – No curso você irá abordar os critérios utilizados para avaliar o quão confiável é um dado sobre intervenção em Psicologia. Poderia adiantar algo sobre o tema?
Sim, claro. Existe, na literatura, uma enorme controvérsia sobre o que constituem evidências de boa qualidade, quais métodos devem ser empregados para estabelecer a eficácia de uma terapia, quais as melhores formas de medir os resultados e como as evidências produzidas podem ser aplicadas na prática do psicólogo clínico. Esse debate deu origem a diversas forças-tarefa de diferentes divisões da American Psychological Association. No curso na Atitude vou descrever em detalhes essa controvérsia e mostrar o produto do trabalho dessas forças-tarefa.
5 – Além de fazer o curso que ministra pelo Brasil sobre o tema, que material (ex.: artigos, livros, etc.) você indica para profissionais que se interessem e querem se aprofundar mais na PBE?
Para conhecer a história e o embate em torno da Prática Baseada em Evidências em Psicologia, sugiro a leitura de um artigo que escrevi com a Prof. Sonia Meyer, da USP, que será publicado mês que vem na revista Psicologia: Ciência e Profissão. O título do artigo é “Prática Baseada em Evidências em Psicologia e a História da Busca pelas Provas Empíricas da Eficácia das Psicoterapias” e estará disponível gratuitamente no website da revista. Para quem quer saber quais tratamentos foram empiricamente validados, sugiro uma visita detalhada no website https://www.div12.org/psychological-treatments/. Além disso, há diversos livros muitos bons sobre o tema, inclusive guias que discutem as intervenções que são eficazes ou não, mas vou falar um pouco deles no curso na Atitude.
Para conhecer um pouco mais do trabalho e da carreira de Jan Luiz Leonardi acesse sua fanpage oficial no Facebook, clicando no botão abaixo. Lá você poderá encontrar também diversas informações sobre Terapia Analítico-Comportamental, Behaviorismo Radical e Prática Baseada em Evidências.
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Para maiores informações sobre a Atitude Cursos, sobre o curso que será promovido em dezembro e transmitido online, ou para se inscrever na atividade, clique no botão abaixo.
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