Pesquisadores da Universidade de New South, de Sydney, Austrália, fizeram uma descoberta que pode mudar o modo que tratamentos contra depressão são realizados. Um estudo mostrou que pacientes que participaram de um programa com terapias feitas pela Internet tiveram taxas de recuperação tão eficazes quanto os que participaram de terapias presenciais.
Além disso, o programa necessitou de apenas 111 minutos de contato entre o paciente e o médico durante um período de oito semanas, um tempo significativamente menor do que o necessário para outras terapias similares. Gavin Andrews, professor de psiquiatria da Universidade de New South, diz que o estudo é uma surpresa para quem não acreditava que terapias realizadas pela Internet poderiam ser bem-sucedidas. “Sabíamos que a Internet tinha sucesso tratando fobias sociais e outros problemas de ansiedade, mas essas condições são mais simples. Acreditava-se que a depressão seria mais difícil de tratar por causa da falta de motivação associada com a doença, mas esse não foi o caso”, afirma.
Na pesquisa, Andres e seu colega Nick Titov acompanharam 45 pessoas que tinham o diagnóstico de depressão. Essas pessoas passaram por seis sessões online de aulas e tarefas semanais e tinham contato por e-mail uma vez por semana com um psicólogo, além de participarem de um fórum com outros pacientes do programa. Após o fim do programa, 34% dos pacientes não tinham mais os critérios para serem diagnosticados como depressivos, um resultado parecido com os da terapia presencial. 82% dos participantes afirmaram estar satisfeitos com o programa.
Os resultados repetem o sucesso de um estudo-piloto anterior e reafirmam o sucesso de tratamentos experimentais online para outras doenças mentais. A pesquisa mostrou também que a terapia online faz com que os pacientes superem algumas das barreiras que os impedem de procurar tratamento, como o estigma associado a procurar um psicólogo ou psiquiatra. “O programa através da Internet é conveniente”, afirma Andrews. “As pessoas podem usá-lo quando quiserem, sem ter que marcar horário e sair de casa. Os participantes participavam dos fóruns à uma da manhã”, diz.
Apesar dos resultados animadores, Andrews afirma que eles têm que ser acompanhados com mais estudos. “Se os resultados se repetirem em experimentos maiores, programas online poderão ser utilizados em grande escala para auxiliar programas para a saúde mental que já existem”, afirma.
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