Um estudo conduzido pela Analista do Comportamento Laura Garcia, sob orientação da Dra. Camila Domeniconi, na UFSCar, demonstrou empiricamente algo que muitos donos de cães já sabiam: a interação com os cães é capaz de aumentar a tolerância a situações estressantes e melhorar a avaliação que se faz delas.
Para chegar a esta conclusão, a mestranda reuniu 30 voluntários (15 homens e 15 mulheres) com idades entre 22 e 34 anos que foram distribuídos aleatoriamente em três grupos: o primeiro grupo foi colocado em uma sala vazia, sem nada com o que seus componentes pudessem interagir; o segundo, também colocado em uma sala, recebeu uma série de livros com imagens para que seus integrantes pudessem folhear; e, por fim, as pessoas do terceiro grupo puderam interagir com um cachorro durante o experimento.
Todos os grupos foram expostos a um mesmo som aversivo, composto por 23 notas monofônicas. Cada participante recebeu um fone de ouvido e a instrução de que deveria permanecer na sala, ouvindo o barulho, pelo tempo que fosse confortável. O que se observou é que aqueles que tinham um cãozinho para brincar conseguiram tolerar o som por mais tempo e, ao final, fizeram avaliações mais positivas da situação.
Os membros do grupo que recebeu livros permaneceram na sala por 16 minutos, em média. As pessoas que estavam sozinhas ficaram por 17 minutos. Os que receberam cães, no entanto, suportaram o aversivo por um tempo que variou entre 22 e 32 minutos. Além disto, estes últimos avaliaram a sessão como mais serena, agradável e legal. Afirmaram também que se sentiram mais relaxados, confortáveis, animados, divertidos e felizes do que os participantes das duas outras condições.
A pesquisa encontra-se, agora, em uma segunda fase. Laura irá submeter novos grupos ao experimento e realizar uma avaliação dos níveis de estresse através de indicadores biológicos, como níveis de condutância da pele.
Com informações: Ufscar