Muitos experimentos mostram que a terapia cognitivo-comportamental(TCC) é eficaz em casos de depressão; contudo, essa abordagem terapêutica apresenta diversos componentes. Tentar mudar a maneira como os indivíduos deprimidos pensam sobre seus problemas é somente um deles – portanto, em princípio, é possível que este componente não produza benefícios terapêuticos permanentes. Em 1996, uma pesquisa do psicólogo Neil Jacobson, da Universidade de Washington, estudou detalhadamente a TCC e não encontrou evidências de que as tentativas de mudar a maneira de pensar dos deprimidos fossem terapêuticas. Por outro lado, encontrou indícios de que outro elemento, denominado ativação comportamental (que busca manter o indivíduo deprimido envolvido em seu ambiente social), seria o componente benéfico. Nesse sentido, pensando em uma abordagem mais profunda, que busque as raízes do problema, podemos considerar a teoria psicanalítica.
Uma das críticas mais comuns a essa técnica, porém, é que o tratamento, até que se chegue às reais causas dos problemas, pode durar vários meses. Não se pode esquecer, no entanto, que mesmo quando não há a cura completa – e a alta – o paciente pode, ao longo do tratamento, desfrutar de formas mais aprofundadas de ver a si mesmo e sua relação com o mundo.
É compreensível, porém, que, diante do sofrimento, as pessoas tentem lidar com a depressão empregando estratégias para simplesmente interromper as ruminações (álcool, distrações, supressão de pensamentos) em vez de se voltar a elas e buscar sentidos nessa repetição. Cada vez mais há indícios de que antidepressivos têm efeitos negativos a longo prazo. Embora aliviem os sintomas enquanto estão sendo usados, uma vez descontinuado o uso o risco de recaída é alto. Isso talvez se deva à interferência dessas drogas nas ruminações depressivas, que torna difícil pensar em soluções para problemas complexos, já que muitos antidepressivos costumam dificultar a concentração em tarefas que exigem atenção.
Fonte: Mente Cérebro