Por Fernanda Cerqueira Bomfim
Nos últimos anos muito tem se falado e estudado sobre Habilidades Sociais, mas o que são Habilidades Sociais? É possível treiná-las? É o que descobriremos neste artigo.
Habilidade social é a habilidade do indivíduo em se comportar de maneira adequada em diferentes ambientes e com diferentes tipos de pessoas. Del Prette e Del Prette (2009)
Ainda segundo Del Prette e Del Prette (2009), existem várias classes de habilidades sociais: Empatia: Consiste em demonstrar interesse pelo outro, ouvir, reconhecer sentimentos no outro, respeitar as diferenças, oferecer ajuda. Assertividade: expressar sentimentos, falar sobre suas qualidades e defeitos, concordar ou não com outras opiniões, recusar a fazer algo, lidar bem com críticas, defender os próprios interesses, resistir à pressão dos grupos. Fazer amizades: Fazer E responder perguntas pessoais cumprimentar, se apresentar, fazer e receber elogios, iniciar e manter conversações. Solução de problemas interpessoais: se acalmar diante de problemas, pensar antes de agir, identificar e avaliar soluções alternativas. Comunicação: fazer e responder perguntas, dar e receber feedback, iniciar, manter e encerrar conversação. Civilidade: dizer, por favor, agradecer, apresentar-se, dirigir-se corretamente as pessoas, com expressões como bom dia! boa tarde!, fazer e responder perguntas, chamar as pessoas pelo nome.
Dar e receber feedback. Segundo Zeferino et al (2007), o conceito de feedback na área educacional, refere-se à informação dada ao aluno que descreve e discute seu desempenho em determinada situação ou atividade, gerando uma conscientização para a aprendizagem, pois ressalta as dissonâncias entre o resultado pretendido e o real, incentivando a mudança, motivando o indivíduo a repetir o acerto, entre os princípios ligados à aprendizagem dos adultos, inclui-se o desejo de receber feedback, juntamente com a necessidade de participação ativa no processo de aprendizagem, e a curiosidade de explorar soluções. A falta de feedback gera incertezas, amplifica o sentimento de inadequação e distancia o aluno dos objetivos propostos, podendo levá-lo a interpretar seus comportamentos de maneira totalmente inapropriada e a desenvolver uma “falsa confiança” ou medo exagerado do erro.
Ainda segundo Zeferino et al (2007) existem algumas formas de dar o feedback, para que este seja recebidos com maior efetividade devem ser:
Assertivo. A comunicação deve ser clara, objetiva e direta.
Respeitoso. Independente das diferenças de conhecimento, experiência hierarquia, o respeito é elemento fundamental para o sucesso do feedback.
Descritivo. As palavras devem descrever os comportamentos e não julgá-los. É necessário que se diga a pessoa o que ela fez e não se o que ela fez é certo ou errado.
Oportuno. O local e momento de dar o feedback deve ser adequado de preferência em um local reservado e logo após a observação do comportamento. Principalmente nas relações de trabalho é muito ruim receber uma advertência em público, a pessoa pode sentir-se constrangida e ainda não reconhecer sua falha apenas por orgulho.
Específico. É essencial que se indique os comportamentos em que o indivíduo está tendo bom desempenho e os quais este precisa melhorar.
Segundo Del Prette e Del Prette (2009) alguns conceitos são essenciais para a compreensão do termo Habilidades sociais que é um campo de atuação e prática. Dentre os principais conceitos estão: desempenho social, habilidades sociais e competência social. Acho importante falar sobre desempenho social, que refere-se a comportamentos emitidos na relação com as outras pessoas, tanto comportamentos que favoreçam ou não a relação, entre os indivíduos. Pessoas competentes na realização das habilidades sociais tem maior probabilidade de serem reforçadas em seu meio social. Essas habilidades sociais, porém, dependerão de fatores como a cultura, pois estes influenciarão nos valores de cada indivíduo, nos padrões de comportamento, sendo reforçado ou punido os comportamentos socialmente aceitáveis ou não.
TREINAMENTO DE HABILIDADES SOCIAIS
Do ponto de vista técnico o THS caracteriza-se em dois pontos: a avaliação e a intervenção. A avaliação visa observar excessos e déficits comportamentais, seus antecedentes, consequentes, reações emocionas e crenças distorcidas que estejam contribuindo para comportamentos não habilidosos socialmente. (Del Prette e Del Prette 199; Falcone 2002 apud Murta 2005).
Segundo Murta 2005, o THS (treino de habilidades sociais) iniciou-se na Inglaterra na década de setenta, expandindo-se para os Estados Unidos, através da área de treinamento assertivo.
As formas de intervenção geralmente utilizadas, são ensaios comportamentais, modelação, modelagem, feedback verbal e em vídeo, tarefa de casa, reestruturação cognitiva, solução de problemas e relaxamento (Caballo, 2003). Del Prette e Del Prette 1999 apud Murta 2005). De acordo com os objetivos, as intervenções em THS podem ser divididas em: prevenção primária, destinadas a pessoas expostas a fatores de risco mas ainda não tem problemas nas relações interpessoais, objetivando acrescentar seu repertório de habilidades sociais; intervenção secundária, para pessoas que já estão sob contingências de risco, como crianças agressivas que tem pais com problemas das práticas parentais e intervenção terciária, que visam intervenção onde os problemas de habilidades sociais já estão instalados, sem pretensão de cura, como em pacientes autistas. (Murta, 2005)
REFERÊNCIAS
MURTA, Sheila Giardini. Aplicações do treinamento em habilidades sociais: análise da produção nacional. Psicol. Reflex. Crit. [online]. 2005, vol.18, n.2, pp. 283-291. ISSN 0102-7972. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722005000200017. Acesso em 21 de setembro 2011.
DELPRETTE, Zilda A. P. DEL PRETTE, Almir. Base conceitual da área das habilidades sociais. In: Psicologia das Habilidades Sociais na Infância Teoria e Prática. Vozes, 2009. Cap. 2, pag. 30-50.