Academia lança primeiro tratado brasileiro de Neurologia
A Academia Brasileira de Neurologia (ABN) lançará no fim de junho o primeiro tratado da especialidade escrito inteiramente por especialistas brasileiros. O livro, com quase 900 páginas, será publicado pela editora Elsevier.
O coquetel de lançamento ocorrerá no dia 27, durante o Congresso Paulista de Neurologia, no Guarujá, litoral de São Paulo. A publicação foi organizada por Joaquim Pereira Brasil Neto, diretor científico da ABN e professor da Universidade de Brasília (UnB), e por Osvaldo Takayanagui, pesquisador e professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).
Voltado a residentes e recém-formados que queiram se especializar na área e fonte de consulta para médicos da área e de outras especialidades, o Tratado de Neurologia é adaptado à realidade brasileira e aborda com maior profundidade, por exemplo, doenças de maior incidência no Brasil e na América Latina.
“É um livro de Neurologia Clínica bastante completo. O conteúdo é didático, com a maior abrangência possível à nossa especialidade, abordando tópicos como cefaleia, epilepsia, doenças vasculares cerebrais, doenças desmielinizantes e neuropatias periféricas”, disse Brasil Neto à ABN.
Cada um dos mais de 100 capítulos foi escrito por um especialista. Um dos destaques é o capítulo que trata dos acidentes vasculares cerebrais no Brasil, escrito por Norberto Cabral, da Universidade da Região de Joinville, com os tipos de AVC isquêmicos mais prevalentes conforme o grupo étnico ou a área geográfica.
Entre os colaboradores de instituições paulistas, há 23 profissionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), 22 da USP, cinco da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), dois da Santa Casa de São Paulo, dois do Instituto do Sono e um da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
De acordo com Brasil Neto, foram necessários três anos para organizar todas as informações e deixar o livro pronto. “A nossa expectativa [com o tratado] é aumentar o interesse das pessoas em neurologia, o que potencialmente pode contribuir para aumentar o número de especialistas. Quanto mais gente estudando, maiores as chances de obtermos desenvolvimento e até mesmo contribuirmos para a neurologia internacional”, afirmou.
Fonte: Revista Exame