Resumos: V Encontro Maringaense de Análise do Comportamento


CRIATIVIDADE E ÉTICA NA MODERNIDADE LÍQUIDA: CONTRIBUIÇÕES DO COMPORTAMENTALISMO RADICAL 
Natasha Chaicovski Southier (natashasouthier@hotmail.com)
Carolina Laurenti (laurenticarol@gmail.com)
Universidade Estadual de Maringá

O mundo contemporâneo é caracterizado pela exacerbação do novo e da mudança em detrimento do velho e imutável em diferentes esferas da vida do indivíduo, como relações humanas, educação e valores éticos, contrastando com a modernidade sólida, definida pela busca da permanência e leis imutáveis. Diante dessa exigência de mutabilidade constante, a sociedade líquido-moderna busca indivíduos criativos, tanto para produzir essas mudanças, quanto para se adaptar frente a elas. Assim, a criatividade emerge como um atributo essencial nesse tempo. Considerando que, para a perspectiva analítico-comportamental, a criatividade é um comportamento, produto de processos de variação e seleção, o objetivo deste trabalho foi examinar possíveis contribuições da teoria skinneriana para a compreensão da exigência criativa na contemporaneidade. Para tanto, esta pesquisa, de natureza conceitual, empregou o método de análise conceitual-estrutural para estudo dos textos. A pesquisa foi dividida em três etapas: (1) a criatividade na contemporaneidade, (2) criatividade e ética no Comportamentalismo Radical e (3) criatividade, ética e contemporaneidade à luz do Comportamentalismo Radical. Os resultados alcançados levam à reflexão sobre a arbitrariedade da exigência criativa na contemporaneidade, já que ela parece não permitir condições para que a criatividade surja. Embora satisfaça a primeira condição, variação, a segunda, seleção, não é considerada. Como, para Skinner, a criatividade deve estar vinculada à ética, percebe-se que a contemporaneidade afasta-se da acepção skinneriana, entendendo criatividade como sinônimo de adaptação, e não como transformação social. Dessa maneira, não produz mudanças efetivas, mantendo no limite o status quo. Esse estudo buscou discutir a importância de ações que produzam um mínimo de estabilidade, como também uma reflexão sobre as consequências éticas envolvidas nas práticas dos indivíduos. 
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Escrito por Renata Silva Pinheiro

Graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Maranhão (2013) e mestra em Psicologia (Teoria e Pesquisa do Comportamento) pela Universidade Federal do Pará (2016). Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica da Universidade de São Paulo (USP), com Doutorado Sanduíche no Exterior pela Universitat Autònoma de Barcelona (Espanha).

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V Encontro Maranhense de Análise do Comportamento