[Entrevista Exclusiva: Olga Mitsue Kubo e Ana Lúcia Cortegoso] – Eventos Regionais em Psicologia Comportamental

Entrevista concedida ao Comporte-se: Psicologia Científica pelo Prof. Dra. Olga Mitsue Kubo, durante a XI JAC UFSCar. O evento foi promovido pela UFSCar- Universidade Federal de São Carlos, entre os dias 20 e 22 de abril de 2012.
Olga Mitsue Kubo é professora associada da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), lotada no Departamento de Psicologia desde 1999. Possui graduação em Bacharelado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1977), graduação em Bacharelado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1980), graduação em Formação de Psicólogo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1981), especialização em Análise e Programação de Condições de Ensino pela Universidade Federal de São Carlos (1985), mestrado em Psicologia (Psicologia Experimental) pela Universidade de São Paulo (1986) e doutorado em Psicologia (Psicologia Experimental) pela Universidade de São Paulo (1989). Foi professora adjunta no Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos (SP), no período de 1989 a 1999. Foi vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação em Educação Especial e chefe do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos. É professora do Programa de Pós-graduação em Psicologia, na Linha de pesquisa sobre Análise do Comportamento e processos organizacionais e de trabalho. Tem supervisionado estágios de alunos de graduação em Psicologia no campo da clínica com Análise de Comportamento (processos psicoterapêuticos) e no campo das organizações de ensino, desde 2000. Como área de conhecimento trabalha com seguintes fenômenos: processos comportamentais nos processos de aprendizagem e de ensino e nos processos terapêuticos. 
A entrevista contou com contribuições da professora Ana Lúcia Cortegoso, professora associada do Departamento de Psicologia da UFSCar. 
Você acredita que eventos regionais tem contribuído para a identificação de campos de atuação e áreas de conhecimento na psicologia? Se sim, como eles tem feito isso? Se não, que outros acontecimentos favorecem isso? 
Olga Kubo: A princípio a resposta é sim, eu acho que são úteis. Mas é como uma decorrência que vai depender muito do envolvimento das pessoas e do quanto elas vão conseguir extrair de útil e produtivo pras suas decisões. Tem algo que a ajuda muito que é o fato de você conseguir juntar pessoas que vem de diferentes lugares. Tem uma vantagem também que eu acho que o intercâmbio entre os alunos é mais fluida e natural. Acho que isso facilita por que eu estou pensando em eventos de alunos. 
Os grandes congressos fazem isso, mas acho que eles giram muito em torno dos figurões. Eu acho que a JAC tem algumas vantagens como, por exemplo, eu acho que a aproximação de alunos fica legal. Acho que as JAC’s não deveriam ser uma miniatura dos congressos. Acho que pra potencializar esta difusão e identificação de novas áreas, eu acho que os alunos deveriam ter um momento em que vocês conversassem entre vocês sem a presença de uma figura que fosse lá o “pai” ou a “mãe” de vocês da análise do comportamento. 
Junto com o aproveitar que tem pessoas mais velhas que estão aí ajudando a pensar o que e como está se fazendo análise do comportamento, também deveria haver uma marca de vocês nestas jornadas. Que vocês se juntasse para saber “Meu, como está a análise do comportamento lá em Bauru, Santa Catarina?” por exemplo. Pra aproveitar isso como um diferenciador de um mini-congresso. Ele não é um mini-congresso. Ele está muito com a cara de um, mas acho que não deveria ser só isso. 
Percebam que vocês não têm professores aqui. Alguns professores passam por aqui, realizam suas atividades e vão embora pensando que devem ser atividades do tipo “primeiros passos” justamente pelo fato de essas jornadas serem organizadas por alunos. Se é um congresso de vocês, então façam de vocês. 
Ana Lúcia Cortegoso: Na economia solidária, muito comumente esses eventos produzem oficinas que são as próprias pessoas das incubadoras trocando experiências do que elas fazem. Este formato de oficina em que se tem um produto pode ser um exemplo do que a professora Olga está falando. 
Olga: Outra coisa que vocês precisam criar é uma oportunidade de conhecer os alunos de graduação e pós-graduação de outros cursos. Vocês tem uma ficha de avaliação do evento todo, mas é necessário também ter informações dos interesses das pessoas que estão aqui. 
Ana Lúcia: Que é uma coisa que o pessoal do Fórum de Psicologia faz: os eventos que são do Fórum tem todas essas modalidades. As atividades variam desde as grandes palestras até encontros de alunos para comentar o que estão fazendo. Ele se unem pra conversar e tirar coisas. 
Olga: Isso. Por meio de perguntas do tipo “O que você está fazendo?” e dar a oportunidade de falar é que é possível gerar campo para alguém que nem imaginava que alguém poderia trabalhar com aquilo. Aí sim fica concreto. Se não, as pessoas vão depender de um figurão (ou uma figurinha) para dizer como se trabalha. 
Ana Lúcia: Aí eventualmente um outro tipo de atividade em que as pessoas sejam provocadas a dizer “A partir do que você ouviu, o que você acha que dá para fazer? Como você poderia usar isso? Onde há chances de ampliar a atuação que a gente já conhece?” 
Olga: Aí eu acho que fica efetivamente um fórum que você consegue ampliar a perspectiva, não só de áreas do conhecimento em projetos de pesquisa, mas também de intervenção sabendo coisas do tipo “O que as pessoas estão fazendo? O que chama atenção na Análise do Comportamento? O que elas têm como expectativa?” até pra se pensar a JAC do ano que vem pautada em demandas que aparecem agora.
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Escrito por Arthur Médici

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