Entrevista concedida ao Comporte-se: Psicologia Científica pelo Prof. Isaías Pessotti, durante a XI JAC UFSCar. O evento foi promovido pela UFSCar- Universidade Federal de São Carlos, entre os dias 20 e 22 de abril de 2012.
O professor Isaías Pessoti possui graduação em Psicologia pela Universidade de São Paulo (1955), mestrado em Psicologia pela Universidade de São Paulo (1974) e doutorado em Psicologia pela Universidade de São Paulo (1969). Também é Mestre em Filosofia e Metodologia das Ciências, pela Universidade Federal de São Carlos (2004). Professor Titular, por concurso público de títulos e provas: do Centro de Educação e Ciências Humanas, da Universidade Federal de São Carlos (1982); de Psicologia Educacional da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto-USP (1983); de Psicologia (Médica), da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP (1984) e da cátedra de Metodologia Científica da Universidade de Urbino (Itália), em 1997. Tem experiência na área de História da Psicologia, com ênfase em História das Ciências, atuando principalmente nos seguintes temas: loucura, psicopatologia, aprendizagem, e historia da psicopatologia.
Como tem sido a sua participação nos eventos regionais?
Muito mais intensa do que era antes. Há uma proliferação de JAC’s por aí que é muito bonita, muito promissora. Agora eu nunca pensei que tanta gente pudesse se juntar tantas vezes para uma área que, afinal de contas, “não é a psicologia” ou o jeito de fazer psicologia. Isso realmente expandiu demais e São Carlos é um centro de irradiação e de vanguarda nas figuras da Deisy, Júlio e outros. Eles são figuras de importância internacional.
Eu conversava hoje no almoço que as graduações hoje formam cada vez piores profissionais por que a graduação não rende memorial e não acrescenta em currículo para ninguém. Chega a ser perda de tempo do ponto de vista de alguns professores. As universidades federais ainda estão de uma certa forma livres desta supervalorização e da pesquisa publicada o que garante igual ênfase na pós e na graduação.
Você acha que os eventos regionais tendem a favorecer a aplicação da análise do comportamento em outros contextos?
Sim, por que nestes eventos vocês juntam o filósofo, o crítico, o clínico, o experimentador com animais. Junta gente de todas as maneiras de trabalhar em psicologia. Não é “JAC sobre alguma coisa”. Não, aqui eu venho falar de loucura, por exemplo. Então eu acho que propicia encontros de posições diferentes, seja na mesma área, seja de áreas diferentes. Isso em qualquer congresso, mas estes particularmente por que o pessoal está acertando em não ficar muito sectário na programação com uma preocupação constante com os principiantes. Isso é muito positivo por que propicia a vitalidade das ideias.